segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tsunami nas relações internacionais dos Estados Unidos

Apesar de lamentável, estou adorando ver os Estados Unidos rebolar as cadeiras para salvar sua relação política internacional com o resto do mundo. Como um bom imperador mimado, fez o que bem quis com a corte internacional, promovendo um clientelismo nojento que fomentou durante vários anos, principalmente, a desigualmente entre os hemisférios e dentro de inúmeros países em desenvolvimento. Hoje, graças ao Wikileaks não só os americanos estão numa verdadeira saia justa. Juntos, no mesmo saco estão inúmeros amiguinhos lambe-botas, expostos como o Tio Sam, por atitudes algumas óbvias, porém, com a dor de quem recebeu um baita de um chifre. É minha gente, o mundo dá voltas e as mensagens na internet também!



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Vítimas da sociedade de conceitos arcaicos

Foi uma nota pequena. Dessas que não aparecem destacadas. Estava lá, num link pequenininho, em um site de notícias do interior de São Paulo. Uma menina de dois anos violentada pelo "tio", que disse que a levaria ao parquinho, enquanto a mãe - viciada em cocaína, saíra em busca de mais drogas.

Claro que quando se trata da pobreza e suas vítimas, o assunto não dá ibope, já que essas mesmas vítimas consumem muito pouco. E para que colocar nas páginas dos jornais notas cheias de pobres e seus problemas?

Não é novidade o descaso e a cegueira ante os problemas sociais que maltratam o Brasil dos pobres. Não é novidade que o país está formado por uma sociedade hipócrita e burra, assim como já é de conhecimento de todos que somos uma das nações mais religiosos do mundo - pelo número de cristãos, que nega o aborto por uma religiosidade incoerente às mazelas sociais em que nos encontramos.

Se você acha que é pecado matar um feto por ser "um anjo indefeso que não optou por nascer", eu acho que é pecado permitir que uma criança de dois anos tenha seus órgãos sexuais e internos destruídos, porque tem uma mãe incapaz de zelar por sua segurança e que tamanha desgraça seja mantida por conceitos de uma sociedade arcaica que, indiretamente, fomenta coisas horríveis como essa todos os dias. Então, se defender o aborto é pecado, que eu vá para o inferno.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Assunto velho, mas não irrelevante

Outro dia, buscando saber mais sobre as personalidades brasileiras que marcaram as décadas de 60 e 70, sem querer, topei com a Leila Lopes. Na verdade, coitada, buscava sobre a Leila Diniz. O curioso, foi que a Leila que não buscava me levou a um texto - cuja manchete desatualizada para este post, era bastante coerente com fatos que muitas vezes escapam da ótima de análise da impresa - porque não lhe interessa, óbvio.
Sem mais meandros, posto na íntegra o texto do blog Ad Pereira, cujo autor é o mesmo do título do veículo.

Fonte: http://adpereira.wordpress.com/2009/12/04/a-morte-de-leila-lopes-e-a-vida-de-leila-diniz-um-desabafo/

Essa semana fomos surpreendidos pela morte de Leila Lopes, com fortes indícios de que a causa tenha sido suicídio. O fato em si já é triste o suficiente, mas não paramos por aí.
A morte de Leila Lopes, cuja carreira transitou da Rede Globo para os corredores obscuros da indústria pornô, não deixa de trazer consigo um certo simbolismo dos tempos em que vivemos.
A Sociedade só pode estar com febre alta. As mulheres lutaram pelos seus direitos, queimaram sutiãs,foram às ruas.
Parece que o esforço não serviu prá nada, primeiro inventamos a mulher objeto, depois, a mulher produto. Disponível nas bancas de revistas, nos sites, nas modalidades frutíferas mais incríveis para o delírio e gozo de uma legião de onanistas insaciáveis. E se por um lado existe a venda, do outro existe o comprador formando um círculo vicioso.
São três os deuses dessa sociedade hipócrita, o pênis, a vagina e a fama. Três entidades que se combinam alucinadamente nas mentes pervertidas do sistema. Na busca desenfreada pela fama e o glamour e o poder que ela traz, os outros dois deuses, pênis e vagina aliam-se em metamorfoses ad nausea. Uma moça feia e pobre se torna celebridade instantânea por ter sido barrada na porta de uma faculdade e ganha os sedutores espaços da mídia, noutro instante prevê-se que ela seja abandonada e menosprezada pelo próprio monstro que a criou não sem antes ter faturado um punhado de dólares com a exibição do corpo. Um programa de televisão se passa no meio do mato e sobrevive da exibição de  peitorais, bundas e peitos numa hemorragia de formas sem nenhum conteúdo.
Por isso e muito mais, não há graça alguma nessa morte e a manifestação de alguns integrantes do grupo CQC pelo twitter afora são apenas sinais do que a deusa fama pode causar nas mentes dos incautos. Os garotos do programa, enebriados pelos delírios de poder que uma audiência elevada produz, andam por aí no mundo digital e real lançando “posts” sobre a morte da atriz, sem o mínimo respeito pela própria ou pelos parentes dela.Onde anda você  Marcelo Tas, um jornalista sério e com uma carreira sólida? Aguardamos a manifestação de seu bom senso com a rapaziada do programa que você lidera.
Salve Cláudia Raia, com seus 1,10m de pernas e kilômetros de inteligência. Salve Malu Mader, Marisa Monte, Ligia Fagundes Telles, Clarice Lispector, Fernanda Montenegro, e finalmente Salve Leila Diniz, cuja coincidência de ter o mesmo nome da atriz Leila Lopes nos convida a refletir. São duas Leilas, dois destinos e um hiato gigante entre a ousadia e libertação proposta no passado por uma e a tristeza de assistir a morte da outra triturada pela canalhice sexual imposta pelos adoradores dos  deuses vagina, pênis e fama.

terça-feira, 16 de março de 2010

Bate papo político através de blogs

Galera, o blog Casa 101 está promovendo em dois de seus posts, "Assunto de Todos 1 e 2", uma conversa bastante interessante sobre a honestidade (ou a falta dela) entre os políticos brasileiros.

Na minha opinião, vale a pena dar uma espiadinha no blog da Kath, que sempre traz um tema interessante para refletir:
http://casa101.blogspot.com/

segunda-feira, 15 de março de 2010

Caetano, você é um chato!


Sábado teve show do Caetano aqui em Baires. Eu fui - não porque o adoro, como adoro o Chico, o Gil. Apenas porque é um dos ícones brasileiros, do tropicalismo e todo esse blábláblá, e senti que era um dever ético e cívido prestigiá-lo.
Enquanto ele cantava temas que eu desconhecia e era aclamado pelos argentinos (embora, muitos tenham deixado o palco antes dos primeiros 60 minutos), reconheci que ele tem seus méritos para ser considerado um grande cantor: o cara é inovador, sem dúvida, tem algumas músicas belíssimas... e.... só. Se não fosse pelo embalo da emoção de estar perto do Caetano Veloso e se fosse um José da Silva qualquer que estivesse se apresentando, eu não teria gostado do show. Na verdade, eu não gostei do show. A Banda C, na minha opinião, pode ser comparada com outras bandas que escutei por aqui. Não tinha nada de óoooh. As letras das músicas apresentadas, na sua maioria, mais pareciam uma compilação de diálogos retirados do twitter (opinião é opinião).
É verdade que posso ser uma ignorante e não entender de absolutamente nada de música. E não entendo mesmo. Pode ser que eu tenha sido afetada pela arrogância já conhecida do Cantor, que sequer disse "buenas noches ou adiós", pode ser. Como pode ser também que o grande ícone permanece no trono pelo o que já foi e não pelo o que é. E como foi imensamente grande no passado, hoje não nos atrevemos a tomar o seu cetro. Foi aplaudido calorosamente, ovacionado por quase todos. Sendo assim, me resigno e desejo vida longa ao Caetano!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Babei aos ingleses do Coldplay

Começou às 21:15, ao som de Life In Technicolor. Com uma chuva fina e um público apático, pensei que aquilo não seria bom, até Chris Martin entoar Yellow. Estávamos em uma espécie de transe, talvez porque ainda estávamos sob a influência da música e estilo de Bat for Lashes, grupo que abriu o show. As bolas amarelas e as cores que emanavam do palco com papéis picados e fogos de artifício representaram bem o sentimento de cada um ali no estádio do River. Estávamos histéricos, como borboletas noturnas hipnotizadas. Com um espanhol surpreendente, o vocalista pedia e nós fazíamos; poderíamos ter feito muito mais se Martin desejasse, sem importar que a banda era inglesa (da pátria que quer explorar indevidamente o petróleo das Malvinas) ou que a chuva engrossava. Quem não gostava de Coldplay e foi vê-los apenas para acompanhar a namorada romântica, duvido que depois de sexta-feira não tenham mudado de ideia e que não saiu do show arriscando um Come up to meet you, tell you I'm sorry, You don't know how lovely you are..












outra página com infos: http://www.urgente24.com/index.php?id=ver&tx_ttnews[tt_news]=137567&cHash=588fc3d2f2

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Tarde com o fotógrafo da foto da menina afegana de olhos verdes

Foi ontem, no Centro Cultural Borges. Enquanto o sol se punha na agradável tarde portenha, a multidão de gente bem vestida e cult competia um espacinho para conseguir um autógrafo, uma foto ou um segundo que fosse ao lado do renomado fotógrado da Agência Magnum, o senhor Steven McCurry. Com o  inglês que tenho, logicamente não arrisquei mais que um thank you quando recebi de suas mãos a foto da menina afegã autografada. Simpático e prestativo, trocou algumas frases com o meu namorado, que sentia por ele o excesso de tietagem.

Especializado em Oriente Médio, McCurry ficou conhecido por seus trabalhos publicados na revista Nacional Geografic. E não é só o mérito de captar boas imagens que renderam ao fotógrafo inúmeros fãs ao redor do mundo. Para registrar o conflito no Afeganistão com a Rússia, ele se fez passar por um cidadão local. Para sair do país com as imagens que delataria pela primeira vez a cruel realidade afegã, costurou os rolos de filme em sua vestimenta.

Reconheço que não é o único profissional que arriscou sua vida por uma boa fotografia. Mas o que o caracteriza como um grande fotógrafo é o fato de conseguir transmitir a beleza humana em vértices ainda incompreensíveis a muitos ocidentais.

Não sei se o evento vai para o Brasil. Se for pessoal, não perca a oportunidade de prestigiá-la.


 
  
  
  
Lindas, não?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Andy Warhol, você não era grande coisa assim


Depois de várias tentativas, finalmente consegui dar uma escapadinha até o Malba e dar uma espiada nos quadros do moço das Sopas Campbells. As obras não me impressionaram e eu não esperava o contrário. E o que mais  me chama a atenção nesse cara, é que ele fez algo completamente simples (que eu, você ou qualquer outro bobinho inspirado poderíamos ter feito). E se tivéssimos tido essa ideia, eu, você e o outro bobinho inspirado teríamos ganho milhões de dólares e neste exato instante não estaria aqui com dor de cotovelo, mas sim, numa ilha do pacífico comendo caviar. Mas o destino artístico não assim. Foi um noia norteamericano que teve a"grande ideia", que ficou rico e que me fez gastar 5 dólares para ver suas... serigrafias! Está bem né, tudo em nome da arte.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sem notícias

 

Hoje decidi não ter notícias do mundo. Não quero saber sobre os sobreviventes do Haiti, a economia da China ou os conflitos no Afeganistão. Quero me dar o gosto de ficar completamente desinformada. Não me importa saber sobre a morte do Tomáz Eloy Martínez, da mulher bomba que matou mais de 40 em Bagdá e dos brasileiros que dormiram no chão de Cuzco. Definitivamente hoje não sou jornalista, não sou cidadã deste mundo caótico; apenas sou um conjunto de moléculas entre tantas outras, disperso por aí.

Quero respirar profundamente, aos poucos. Sentir o sol penetrar no meu corpo e queimá-lo sem ter que pensar se estou com protetor ou se o fator é o ideal para o meu tipo de pele. Que os sons da natureza se façam mais fortes que os ruídos humanos. Hoje sou uma borboleta, objeto qualquer que voa com o vento, despreocupado. Hoje não quero ter a necessidade da fé de que o amanhã será um dia melhor.